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Hábito alimentar: mudança deve ser gradativa e permanente
Miyoko Nakasato
Nutricionista chefe do Serviço de Nutrição e Dietética INCOR


Numeração de páginas na revista impressa: 12

A mudança de hábito alimentar é um processo gradativo e deve ser permanente, porque faz parte do estilo de vida de cada um e é difícil obter transformações rápidas. No caso de pacientes internados ou em ambulatórios, o nutricionista hospitalar é o responsável pela assistência alimentar desses indivíduos e esta orientação é feita considerando-se a patologia de base, a necessidade de tratamento dietoterápico e a presença ou não de risco nutricional.

No Instituto do Coração (Incor), a nutricionista chefe do Serviço de Nutrição e Dietética, Miyoko Nakasato, defende que quando a atuação do nutricionista é feita em conjunto com a equipe multidisciplinar, a chance de sucesso é maior.

Especificamente no caso do paciente hipercolesterolêmico, a orientação nutricional é reforçada para o uso de produtos com menor quantidade de gorduras saturadas e colesterol. “É importante também reduzir o consumo de gorduras trans, presentes nos alimentos como margarinas duras, produtos de confeitarias, gorduras hidrogenadas”, diz a nutricionista e alerta:
“A legislação brasileira permite que os alimentos que contenham até 0,2g de gorduras trans por porção de alimento, usem o termo ‘não contém gorduras trans’.”

Já os alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas como azeite, óleo de canola, oleaginosas (nozes, amêndoas, avelãs), quando utilizados em substituição às gorduras saturadas, reduzem a oxidação de LDL-colesterol, sem alterar o HDL-colesterol. Miyoko concorda que os alimentos funcionais auxiliam a prevenir e a tratar as dislipidemias, porque reduzem o colesterol sangüíneo. Neste rol estão os produtos que têm fitosteróis e flavonóides, estes com ação antioxidante e indicados para doenças ateroscleróticas. Destes alimentos, os que trazem o Selo de Aprovação SBC/Funcor, foram analisados com critérios técnicos visando à alimentação saudável e à prevenção de fatores de risco de doenças cardiovasculares, sendo, portanto, produtos que podem fazer parte do cardápio de uma alimentação benéfica, segundo a nutricionista.

Mas ela ressalta o fato que o alimento, mesmo com o selo de aprovação, seja consumido dentro de um contexto de alimentação saudável, com restrição de quantidade.