Transtornos de humor em pacientes com epilepsia: por que ocorrem e por que pode ser difícil reconhecer e tratar? |
Mood disorders in epileptic patients: why do they happen and why they may be difficult to diagnose and treat? |
André Palmini |
Professor Adjunto de Neurologia do Departamento de Medicina Interna, Divisão de Neurologia da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Diretor Científico do Programa de Cirurgia da Epilepsia de Porto Alegre, Hospital São Lucas da PUCRS. |
Endereço para correspondência: André Palmini – Serviço de Neurologia, Hospital São Lucas da PUCRS. Av. Ipiranga, 6.690 – CEP 90610-000 – Porto Alegre – RS – Telefax: 55 (51) 3339-4936 – E-mail: apalmini@uol.com.br |
|
Sumário Por uma interação de fatores ligados às alterações elétricas, às privações sociocupacionais, ao efeito de fármacos antiepiléticos e à bagagem genética, provavelmente, no mínimo 20% a 30% dos pacientes com epilepsia apresentam comorbidade com transtornos de humor. Neurologistas e psiquiatras devem buscar um maior interesse nas comorbidades psiquiátricas das epilepsias, uma vez que a identificação e o tratamento destas alterações são fundamentais para a qualidade de vida destes pacientes. Neste sentido, é importante a atenção para a ocorrência de formas clássicas de transtornos de humor que preenchem os critérios estabelecidos pelo DSM-IV, mas também para formas atípicas, e propostas como relativamente específicas para pacientes com epilepsia. Em especial, esta revisão enfatiza as características e o manejo do transtorno disfórico interictal, caracterizado pela ocorrência intermitente de sintomas depressivo-somáticos alternados com ansiedade e irritabilidade explosiva. Esta entidade, ainda pouco identificada, provavelmente seja a alteração psiquiátrica mais comum em pacientes com epilepsia. |
Artigo em PDF, para baixar copie e cole o endereço abaixo no seu navegador: http://www.cibersaude.com.br/include/transtornos_humor.pdf RESUMO Por uma interação de fatores ligados às alterações elétricas, às privações sociocupacionais, ao efeito de fármacos antiepiléticos e à bagagem genética, provavelmente, no mínimo 20% a 30% dos pacientes com epilepsia apresentam comorbidade com transtornos de humor. Neurologistas e psiquiatras devem buscar um maior interesse nas comorbidades psiquiátricas das epilepsias, uma vez que a identificação e o tratamento destas alterações são fundamentais para a qualidade de vida destes pacientes. Neste sentido, é importante a atenção para a ocorrência de formas clássicas de transtornos de humor que preenchem os critérios estabelecidos pelo DSM-IV, mas também para formas atípicas, e propostas como relativamente específicas para pacientes com epilepsia. Em especial, esta revisão enfatiza as características e o manejo do transtorno disfórico interictal, caracterizado pela ocorrência intermitente de sintomas depressivo-somáticos alternados com ansiedade e irritabilidade explosiva. Esta entidade, ainda pouco identificada, provavelmente seja a alteração psiquiátrica mais comum em pacientes com epilepsia. |