Nem 3 nem 4. Que tal 3,5? |
Valdemar Ortiz |
Editor científico |
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A nefrectomia parcial, realizada para tratamento de tumores renais com rim contralateral normal, tem sido aceita quando o tumor tem menos de 4 cm de diâmetro. Alguns artigos recentes têm questionado esse limite, com sugestões de alterá-lo para mais ou para menos. Em trabalho publicado no Urology (agosto, 2006), Schlomer e cols. constataram que massas renais sólidas com 4 cm de diâmetro na tomografia, quando medidas após a nefrectomia, apresentam diâmetro inferior em aproximadamente 0,5 cm. Em outro estudo publicado no Journal of Urology (setembro, 2006), Remzi e cols. demonstraram que tumores renais com diâmetro entre 3,0 e 4,0 cm, medido após a nefrectomia, apresentam características de maior agressividade quando comparados com os menores de 3,0 cm. Os primeiros apresentam três vezes mais risco de estádio pT3a ou mais (35,7% versus 10,9%); cinco vezes mais risco de grau 3 ou 4 de Fuhrman (25,5% versus 4,7%); o dobro de chance de linfonodos positivos (4,2% versus 1,2%), e quatro vezes mais chance de metástases (8,4% versus 2,4%). Para não haver briga, que tal propormos 3,5 cm medidos na tomografia já que o tamanho real do espécime cirúrgico será de 3,0 cm? |