Revistas Fase R003 Id Materia 2930






Prática Clínica
Medicina nuclear na prática nefrourológica
Nuclear medicine in the nephrourologic practice


Benedita Andrade L. de Abreu
Médica Nuclear do Centro Bionuclear de Diagnóstico.
José Tibúrcio Monte Neto
Clínica Nefrológica do Piauí (Clinefro).
Evandro Leal de Abreu
Naiana Alves de Brito Melo
Everardo Leal de Abreu
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Piauí (UFPi).
Juliana de Sousa Britto
Faculdade de Medicina da Universidade Estadual do Piauí (FACIME).
Endereço para correspondência: Rua Des. Pires de Castro 489-Sul – Teresina – Piauí – E-mail: bionuclear@uol.com.br

Unitermos: medicina nuclear, cintilografia renal
Unterms: nuclear medicine, renal scintigraphy.

Numeração de páginas na revista impressa: 45 à 48

Resumo


Os procedimentos de Medicina Nuclear são uma forma de avaliação funcional dos rins que podem oferecer valorosa contribuição na definição de conduta em muitas entidades nosológicas do aparelho urinário. Existem traçadores específicos para avaliar diferentes aspectos da função renal, como taxa de filtração glomerular (TFG), função cortical, ou secreção tubular e fluxo plasmático renal efetivo (FPRE). Os autores descrevem os principais tipos de procedimentos e radiotraçadores empregados na prática diária na nefrourologia. Falam da importância destes métodos na avaliação de patologias renais como hidronefroses, pielonefrites, hipertensão renovascular, litíase renal e outras.

Introdução

A medicina nuclear dispõe atualmente de radiotraçadores que nos permitem avaliar a função renal sob vários aspectos, podendo, assim, contribuir para avaliação funcional dos rins em diferentes condições clínicas e contribuir de forma decisiva no diagnóstico, manuseio e conduta em uma variedade de patologias nefrourológicas(1).

Diferentes radiotraçadores renais possuem distintos mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos, de localização e fornecem informações funcionais específicas que podem ser de grande importância na prática nefrourológica diária(2). Entre os mais utilizados rotineiramente no Brasil poderíamos citar: a) o DTPA-Tc99m (ácido dietileno triamino pentácetico) é um quelato que se elimina quase exclusivamente por filtração glomerular e, não sendo reabsorvido nem secretado, pode ser utilizado para cálculos da taxa de filtração glomerular; b) o DMSA-Tc99m (ácido dimecapto succínico), utilizado nas imagens renais estáticas, após administração EV é incorporado nas células parietais dos túbulos contornados proximais, fornecendo imagens que refletem o córtex renal funcionante; c) o MAG3-Tc99m (mecarptoacetiltriglicina), cujo mecanismo de eliminação renal é quase exclusivamente por secreção tubular, sendo o seu “cleareance” altamente correlacionado com o fluxo plasmático renal efetivo (FPRE); d) o EC-Tc99m (etileno dicisteinato), também concentrado no parênquima renal por secreção tubular, recentemente produzido no Brasil pelo IPEN; e) o EDTA- Cr51, utilizado para cálculos da taxa de filtração glomerular por ser um traçador de comportamento semelhante a inulina; f) o GH-Tc99m (gluco heptanato), que tem excreção tanto cortical como por filtração glomerular(2).

Os procedimentos em medicina nuclear utilizando estes radiotraçadores oferecem informações importantes a respeito do grau de comprometimento funcional em diferentes condições clínicas, que podem ser definitivas na conduta clínica e na decisão terapêutica. Exemplificaremos alguns grupos de patologias nos quais a Medicina Nuclear pode ter importante contribuição: a) nas patologias que causam retenção pielocaliceal, produzindo hidronefrose ou hidroureteronefrose; b) nas pielonefrites e nas nefropatias de refluxo; c) na hipertensão renovascular; d) nos pacientes transplantados renais; e) na litíase urinária; f) na insuficiência renal aguda(3).

Nas patologias que causam retenção pielocaliceal

Na dilatação do sistema coletor evidenciado pela TC (tomografia computadorizada) ou US (ultra-sonografia), sem causa aparente, o paciente é quase sempre assintomático, diferentemente da obstrução urinária aguda, em que a dor é o sintoma mais freqüente. A hidronefrose ou distensão do sistema pielocaliceal, descrito ultra-sonograficamente não é sinônimo de obstrução, que neste caso pode estar presente ou não. O renograma diurético é de grande importância para diagnosticar ou excluir obstrução do trato urinário, permitindo diferenciar de forma não invasiva uma obstrução de uma dilatação não obstrutiva(4,5). O método que é considerado “gold standard” para obstrução, é o teste de Whitaker que mede diretamente a pressão no trato de saída, mas é um teste invasivo, tendo suas maiores indicações nos casos de pelves muito dilatadas ou quando a função renal é muito comprometida.

Nos casos de hidronefrose pré-natal, a avaliação inicial com radioisótopos e o seguimento evolutivo devem fazer parte do controle pós-natal rigoroso, pois a resolução espontânea pode acontecer, mas deve-se estar atento à possível deterioração da função renal secundária à obstrução. Nas crianças que são acompanhadas conservadoramente o renograma diurético é parte fundamental desse acompanhamento, sendo valorizados, além do grau de comprometimento da drenagem renal, dados como: a função renal diferencial, o tamanho da pélvis renal; para que se possa intervir cirurgicamente antes que se inicie a deterioração da função renal(8).

O renograma diurético é também importante para documentar, numa avaliação pós-operatória, se há fluxo urinário adequado e se houve alívio da obstrução e melhora da função renal após a intervenção cirúrgica do tipo plastia. Além disso, serve como estudo basal para seguimento posterior do controle evolutivo do paciente, se ele voltar a tornar-se sintomático. Hans G. Pohl et al., avaliaram 150 crianças submetidas a pieloplastia em que o renograma diurético, três meses após a pieloplastia, é usado para predizer o sucesso cirúrgico da correção(6).

Num paciente em que a obstrução foi previamente tratada e surgem sintomas sugestivos de obstrução recorrente, o renograma diurético pode ser de grande valor, uma vez que a dilatação, avaliada pela ultra-sonografia ou outro método anatômico, vai ainda estar presente secundária à obstrução prévia(3).


Figura 1 – Múltiplas imagens de cintilografia renal com DMSA-Tc99m e suas quantificações relativas, em diferentes pacientes. A: rim D apresenta defeito hipofuncionante bem localizado, secundário a pielonefrite aguda; B: rim E mostra-se com volume e contorno renal comprometido, lembrando retrações cicatriciais; C: defeitos corticais, com menor fixação do radiotraçador , sem comprometimento do volume renal direito, mas o volume do rim esquerdo está reduzido.

Nas pielonefrites e nas nefropatias de refluxo

A cintigrafia renal com DMSA é de grande valor para diferenciar nas infecções do trato urinário (ITU ) as que são do trato superior (pielonefrites), das infecções que não comprometem os rins (infecção do trato inferior), uma vez que os sinais físicos e os exames laboratoriais são muitas vezes insuficientes para fazer esse diagnóstico(9). Na pielonefrite aguda, a imagem cintigráfica pode apresentar-se como um ou múltiplos defeitos corticais, com diminuição ou ausência de concentração do radiotraçador, mantendo as margens renais bem definidas e o contorno conservado; o que diferencia das lesões crônicas, cicatriciais em que há deformidade, perda destes contornos e prejuízo do volume renal(10).

Sabemos que a perda da função renal que ocorre na pielonefrite aguda, quando detectada e tratada precocemente pode evoluir para recuperação completa sem formação de lesões cicatriciais definitivas (escaras). As imagens cintilográficas corticais secundárias a uma pielonefrite aguda também podem desaparecer ou evoluir para cicatriz, dependendo da severidade da infecção e da resposta ao tratamento.

Das crianças com infecção febril do trato urinário 50% a 91% apresentam cintigrafia renal com DMSA alterada. Destes, 60% involuem sem desenvolver escaras(9), portanto a cintilografia cortical com DMSA-Tc99m é de grande importância na monitoração evolutiva das pielonefrites agudas e crônicas, desde que nas lesões cicatriciais os rins se mostram geralmente com bordos afilados ou perda do contorno renal e redução do volume cortical. No entanto, esses achados de pielonefrite aguda, crônica ou cicatrizes renais não são, contudo, específicos dessa patologia, podendo evidenciar-se em cistos, abscessos, tumores e demais lesões espaço-ocupantes, devendo correlacionar-se com os achados ultra-sonográficos(9).

Além disso, a cintilografia renal estática com DMSA pode ser usada para quantificar e nos fornecer a determinação da função renal relativa e/ou absoluta, localizando o tecido renal funcionante e oferecendo, assim, uma avaliação precisa do grau de comprometimento quantitativo do parênquima renal(11,12).

Existem trabalhos correlacionando a severidade do refluxo com o grau de cicatriz cortical evidencida pela cintilografia renal com DMSA(15). O DMSA é mais sensível que a urografia excretora em detectar as lesões cicatriciais(16,17).

Na hipertensão renovascular

Vários fatores são classicamente conhecidos como de risco para hipertensão renovascular: a hipertensão arterial de início abrupto ou severa, a hipertensão resistente ao tratamento clínico, presença de sopro abdominal, piora da função renal durante a terapia com inibidores da ECA, azotemia em pacientes idosos, retinopatia hipertensiva, hipertensão abaixo de 30 e acima de 55 anos. Estima-se que a hipertensão renovascular acomete 1% a 3% da população hipertensa geral e entre 15% a 30% dos pacientes com hipertensão refratária, referenciados a serviços especializados.

Diante de pacientes com suspeita de hipertensão renovascular, o renograma com captopril pode ser usado como teste de screening, tendo demonstrado alto nível de especificidade quando comparado com o “gold standard” que é a angiografia renal(12). Realizado geralmente após um exame basal de Tc99-DTPA ou Tc99-MAG3, esse teste tem melhor custo benefício quando utilizado em pacientes com moderado a alto risco de hipertensão renovascular. Um teste de captopril normal indica baixa probabilidade (<10%) da hipertensão ser de origem renovascular. O MAG3 é preferido ao DTPA na presença de níveis elevados de creatinina sérica, devido à sua alta extração(22).

É importante na diferenciação entre hipertensão renovascular e estenose da artéria renal: a estenose da artéra renal é comum em pacientes idosos e pode estar associada a hipertensão arterial sem que esta seja a sua causa determinante, bem como pode estar presente em pacientes normotensos. Já a hipertensão renovascular é a elevação da pressão arterial em conseqüência da estenose renal, levando a hipoperfusão e ativação do sistema renina-angiotensina(12). O renograma após inibidor da ECA (captopril) tem sensibilidade e especificidade de cerca de 90% para diagnosticar hipertensão renovascular em pacientes com função renal normal. Nos pacientes urêmicos a sensibilidade e especificidade são menores.

Os achados de alterações renográficas induzidas pelos inibidores da ECA indicam alta probabilidade de que a hipertensão seja curada ou aliviada com a revascularização, seja cirúrgica ou por angioplastia. Portanto, um renograma-captopril anormal é um sensível preditor de sucesso de terapia da hipertensão pós-reperfusão(13).

Nos pacientes transplantados renais

Na avaliação dos pacientes transplantados, a Medicina Nuclear pode contribuir tanto nas complicações mais precoces que possam surgir no período imediato ao transplante, como nas intercorrências tardias e nas complicações de natureza cirúrgicas. Um estudo de referência, realizado numa avaliação inicial dentro das primeiras 72 horas da cirurgia, é importante para que se possa melhor avaliar possíveis alterações no curso evolutivo. Os estudos com DTPA ou MAG3 são os que irão informar sobre a fase vascular e fase funcional, e a fase excretora, todos parâmetros de máxima importância na avaliação de um enxerto(22,23).

Entre as complicações clínicas mais freqüentes de um rim transplantado temos: a necrose tubular aguda (NTA), a rejeição e a toxicidade por ciclosporina. Na NTA, vamos encontrar a perfusão é normal e a função comprometida. Num estudo único, pontual, que evidencie um trânsito prolongado e diminuição da função renal, pode ser difícil diferenciar entre rejeição aguda e NTA, enquanto que nos estudos seriados a evidência de piora progressiva da função, com perfusão diminuída, é compatível com rejeição(22). Nos casos de toxicidade por ciclosporina existem geralmente alteração funcional inicial, seguida de alteração do fluxo renal, porque a evolução leva a instalação de dano irreversível da microvasculatura, comprometendo finalmente a perfusão(18).

Como complicações cirúrgicas dos transplantes renais ocorrem as fístulas urinárias, que pela cintilografia se observa um acúmulo do radiotraçador fora do rim(23). Nos casos de hematomas, outra complicação cirúrgica, evidencia-se área de menor concentração do radiofármaco nas proximidades do rim, podendo haver deslocamento de estruturas como grandes vasos, ureter, bexiga e obstrução do sistema coletor. O renograma diurético pode contribuir elucidando essa questão, pois o rim transplantado apresenta o mesmo comportamento funcional cintilográfico que um rim nativo.

Na presença de hipertensão arterial o renograma com inibidor da ECA pode ajudar a elucidar o diagnóstico, respondendo com piora da função renal, ao realizar o teste funcional com captopril, caso haja comprometimento renovascular e ativação do sistema renina-angiotensina(12).

Na litíase urinária

Um dos critérios mais comumente utilizados para estabelecer conduta nas cólicas nefréticas é o tamanho do cálculo. Nos casos em que a conduta conservadora é estabelecida, aguardando-se a descida espontânea do cálculo, é importante saber se a função renal está preservada e se a conduta expectante não está levando a dano funcional do rim.

No paciente com quadro de obstrução aguda, causado por cálculo renal, os estudos cintilográficos renais ajudam a definir a melhor conduta, que implica em decidir: intervir cirurgicamente ou tratar conservadoramente? O renograma basal define o grau de comprometimento da função renal e quantifica a obstrução, de forma que em controles seqüenciais podemos confirmar se a função está preservada, indicando assim que a conduta expectante é segura. Deterioração da função renal e aumento do grau de obstrução do rim comprometido indicam a necessidade de intervenção cirúrgica(3).

No diagnóstico da insuficiência renal aguda

Nos pacientes com insuficiência renal aguda (IRA) a ultra-sonografia é rotineiramente usada para avaliar o tamanho renal, a presença de atrofia e a dilatação do sistema coletor.

A avaliação cintilográfica tem papel importante, principalmente quando existe assimétrica renal ou dúvidas sobre obstrução. Os estudos renais com DTPA e MAG3 são os mais largamente utilizados nos casos de IRA com a finalidade de detectar ou excluir obstrução e quantificar a função renal relativa, pois uma boa captação renal do radiofármaco indica a presença de tecido renal funcionante, além de representar um sinal prognóstico favorável(3). Na cintilografia com DMSA existe uma estreita correlação entre a creatinina e a captação tubular absoluta da dose administrada, daí podermos utilizá-la como parâmetro para valorização da função renal (19,20). Além disso, as medidas mais comuns de função renal que são a dosagem de creatinina e o cleareance de creatinina fornecem índices globais da função renal, enquanto a cintilografia renal com DMSA fornece uma informação funcional individual e regional, e em muitos casos esta informação pode ser de importância fundamental.




Bibliografia
1. Jofré MJ, Sierralta CP. Medicina nuclear en el tracto nefrourinario. Rev Chil Radiol 2002;8:59-62.
2. Cabrera ME, Gasset IC. Nefourologia y medicina nuclear en la actualidad. Arch Esp Urol 2001; 54(6): 637-648.
3. Taylor A, Schuster DM, Alazraki N.- A clinician’s guide to nuclear medicine. Chapter 3 The genitourinary system Society of Nuclear Medicine Inc 2000; 45-76.
4. Conway JJ. The “well tempered” diuretic renogram. Up date paediatric 1999;(1) 6-11
5. O’Reilly P, Aurell M, Britton K. Consenensus on diuresis renography for investigating the dilated upper renal tract. J.Nucl Med 1996;(37):1872-1876.
6. Pohl HG, Rushton HG, Park JS. Early diuresis renogram findings predict success following pyeloplasty. J Urol 2001; (165): 2311-2314.
7. Gordon I. Diuretic renography in infants with prenatal unilateral hydronephrosis: an explanation for the controversy about poor dreinage. BJU International 2001; (87): 551-535.
8. Gomez FA, Aransay BA, Delgado MD, Lopez VF, Serrano HC, Hernandez C, Manrique LA. Is it necessary to use an isotopic diuretic renogram in grade II pyelocaliceal dilatations diagnosed with ultrasonography? Actas Urol Esp 2001; 25(1): 60-63.
9. Buyan N, Bircan ZE, Ozturk E, Bayhan H, Rota S. The importance of Tc99m DMSA scaning in the localization of chilhood urinary tract infections. Int Urol Nephrol 1993;(25):11-17.
10. Piepsz A.-Radionuclide studies in paediatric nephro-urology, Eur J Radiol 2002; 43:146-153.
11. Meller J, Sahlmann CO, Becker W. Nuclear medicine studies in the dialysis patient. Semin in Dialysis 2002;4(15): 269-276.
12. Woolfson RG, Neild GH. Renal Nuclear Medicine: can it survive the millennium? Nephrol Dial Transp 1998; (13):12-14.
13. MaiseyM. Radionuclide renography: a review. Curr Opin Nephrol Hypertens 2003; 12: 649-652.
14. Rossleigh MA. Renal cortical Scintigraphy and diuresis renography in infants and chilren. J Nucl Med 2001; 42:91-95.
15. Farnsworth RH, Rossleigh MA, Leighton DM, Bass SJ, Rosemberg AR.- The detection of reflux nephropathy in infants by Tc99 DMSA studies. J Urol 1991; (25):11-17.
16. Merrick MV, Uttley WS, Wild SR. The detedtion of pyelonefritic scarring in children by radioisotope imaging. Br J Radiol 1980; (53): 544-556.
17. Witear P, ShawP, Gordon I, comparison of Tc99DMSA scans and intravenous urography in children. Br J Radiol 1990;(63): 438-443.
18. Maghraby TAF, van Eck-Smit BLF, Fijter JW, Pauwels EKJ. Quantitative scintigraphic parameters for the assessment of renal transplant patients
19. Goodgold HM, Fletcher J W, Steunhardt G F. Quantitative Tc99DMSA renal scaning in children. Urology 1996; (47): 405-409.
20. Taylor A, Lallone RL, Hagan PL.-Optimal handling of DMSA for quantitative renal scaning. J Nucl Med 1980; (21):1190-1194.
21. Dobovsky EV, Russell CD. A. Report of the radionuclides in Nephrourology Committee for evaluation of transplanted Kidney (review of techniques). Semin Nucl Med 1999;(29) 175-179.
22. Gonzalez A, Puchal R, Bajen MT. Tc 99m MAG3 renogram deconvolution in normal functioning kidney grafts. Nucl Med Commun 1994; (15) 680-684.
23. De Lange EE, Pauwels EKJ, Lobatto S, Gi-van Loon CET, van Hooff JP. Scintigraphic detection of urinary leakage after kidney transplantation. Eur J Nucl Med 1982; 7:55-57.